No início da década de 60, com a instalação da indústria automobilística no território nacional e em decorrência da falta de oferta de crédito direto ao consumidor, funcionários do Banco do Brasil tiveram a ideia de formar um grupo de amigos, com o objetivo de constituir um fundo suficiente para aquisição de automóveis para todos aqueles que participassem da arrecadação dos recursos. Surgiu, assim, no Brasil, o Consórcio, mecanismo de concessão de crédito isento de juros, que tem por finalidade a aquisição de bens e serviços.

O consórcio constituiu-se como uma importante ferramenta para essa indústria automobilística recém-instalada no País. Em 1967, a Willys Overland do Brasil já possuía em sua carteira de clientes cerca de 58 mil consorciados. Portanto, o consórcio teve sua origem ligada diretamente à indústria automobilística, e durante muito tempo foi o automóvel seu único produto.

Em 1988 o Sistema de Consórcios teve sua importância econômica e social reconhecida na Constituição Federal, sendo inserido dentre as matérias de competência privativa da União. (cf.: inc. XX do artigo 22. da CF).

Na sequência dos avanços e da presença cada vez mais expressiva em vários segmentos, a década de 90 foi marcada, dentre outras, pela participação do Sistema no maior sonho do brasileiro, ou seja, a casa própria. Era o início do consórcio imobiliário. Na Europa, o Sistema foi adotado em Portugal e Espanha e a partir dos anos 90 chegou a países do Leste Europeu - que se direcionam para a formação de um livre mercado nos moldes capitalistas.

Depois dos automóveis nos anos 60, o mecanismo ampliou seus produtos, constituindo os primeiros grupos de caminhões. No final da década de 70 e início de 80, surgiram os primeiros grupos de eletroeletrônicos, com destaque para televisores e videocassetes. Nos anos 80, o consórcio também chegava às motocicletas e aos chamados “veículos pesados” - máquinas agrícolas e implementos rodoviários.

Inteiramente consolidado, hoje o Sistema de Consórcios viabiliza a aquisição de gama altamente diversificada de bens móveis, imóveis e serviços, que vai desde bens de produção, passando por caminhões, implementos agrícolas e rodoviários, ônibus, tratores, colheitadeiras, embarcações, aeronaves, computadores, antenas parabólicas, pneus, motocicletas, passando pelos eletroeletrônicos, kits de casa pré-fabricada, imóveis, construção e reformas, até serviços de quaisquer naturezas. Atualmente, já são mais de 7 milhões de consorciados no país. Só de janeiro a setembro de 2014, 1 milhão de pessoas foram contempladas e puderam realizar seus sonhos por meio do consórcio. Nesse período, foram comercializadas mais de 1,6 milhões de cotas de consórcio, o que representa um volume total de R$ 55 bilhões em créditos.


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